Em virtude de alguns acontecimentos venho aqui hoje compartilhar alguns sentimentos com todos vocês. Sou Professora de formação, Neuropsicopedagoga e Diretora de uma unidade escolar, trabalho com educação há mais de 20 anos e nunca vi uma geração tão perdida quanto esta de hoje. Os filhos estão clamando por socorro, mas os pais não conseguem entender este pedido de ajuda.
Em meio a equipamentos de última geração, dispersivos da vida real, estamos vivendo uma época em que poucos se preocupam com o outro, e, infelizmente, o outro muitas vezes são seus filhos. Hoje li uma publicação do Marcos Piangers falando sobre isso: Não tenha filhos... Que a vida corrida dos adultos de hoje estão fazendo com que seus filhos sejam educados por babás, avós ou pela escola e não tem o que mais necessitam... a atenção dos pais. Então, se você não quer abrir mão de sua balada, não tenha filhos; se não quer deixar de viajar para cuidar do filho com gripe, não tenha filhos; se não quer perder sua noite de sono ou sua ida a academia, não tenha filhos. Isso mesmo... filhos dão trabalho sim, educar dá trabalho, mas é um trabalho que vale a pena, vale quando conseguimos educá-los e dar a eles a atenção que eles necessitam para crescer e se tornar indivíduos completos. Indivíduos que saibam entender o mundo e se colocar no lugar do outro. Muito se fala dos pais desta geração, mão não se percebe o quanto estas crianças gritam internamente por socorro e ninguém as ouve. Não as ouvem pois estão trabalhando, não as ouvem pois estão no celular, não as ouvem pois estão tão ocupados em seus afazeres que sequer sentam para escutar seus filhos. E o mundo... este em que vivemos... ele é cruel... pois para estar nele devemos nos moldar conforme a sociedade impõe. E quais os padrões aceitáveis para a sociedade? Para ser bem sucedido você deve, já na escola ter ótimas notas, ter todos os conteúdos bem guardadinhos na memória, entrar para uma boa faculdade, ter um bom emprego e ganhar bem, mesmo que não seja aquele trabalho com que sempre sonhou, afinal, sonhos são pra quem? Vejo jovens entrando em uma competição acirrada dentro das escolas, pois tem que tirar a melhor nota no ENEM, tem que conseguir pontuação para entrar nas melhores universidades (de preferência públicas), senão sua foto não será colocada no outdoor da cidade, você será esquecido e todo seu esforço do ensino médio não valerá a pena. E nessa competição extrema, esquecem-se que são jovens que ainda não tem toda sua maturidade cerebral para entender que eles podem continuar tentando, que não é feio não conseguir de primeira e que outros ENEMs virão. Mas infelizmente muitos jovens desistem... desistem de viver esta competição, simplesmente desistem e tiram suas vidas porque se sentem sozinhos, porque não tem com quem conversar, afinal, todos tem uma vida muito corrida não é mesmo? E pra onde vamos correndo assim? Aonde queremos chegar? A busca eterna pela felicidade e ela, a felicidade está logo AQUI e todos precisamos enxergar isso.
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